Angustia-me a imensa falta de você.
Os dias são vãos, longas as madrugadas.
A noite amanhece sem nada acontecer.
Pra dar sentido às horas desperdiçadas.
Sem você o mundo é impiedoso e cruel.
Um precipício chama outro, desilusão.
Amor ressecado na boca, onde era mel.
Árida estiagem, em nossa plantação.
Sem você, as estrofes do poema sem sentido.
Vão qual cinza, à menor brisa, evadindo.
Sempre as vogais do teu nome repetindo.
Nos cantos da alma, restos do poema perdido.
Vaga meu sonho em escura e densa bruma.
E nas rimas do meu verso, imensa lacuna.
Glória Salles
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