Às vezes basta-me a lua
a descansar no dorso do rio
ou o poente a imobilizar a planície.
Um riacho vagabundo
a adormecer um dossel de ervas
ou o rebentamento de uma aragem morna
a escorregar do azul inocente do céu.
Às vezes basta-me o dia a abrir-se
com lassidão
ao tenro botão de rosa.
Que imensa e pura beleza!
Apetece-me aplainar
as irregularidades que trago na alma,
ocultar todos os receios nas pálpebras.
E logo nos olhos me bailam danças
em que as asas feridas
se soturam com fios de alegria.
Marta Vasil
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