sábado, 15 de agosto de 2009
Romance
É no fundir do dia com a noite
que o romance acontece.
As pálpebras humilham-se ao sono
enquanto a luz murcha, preguiçosa.
A poeira quente da tarde recolhe-se
e a planície adormece rendida ao tacto da brisa.
As flores acomodam as fragrâncias nas pétalas sonolentas
e as palavras adormecem ronronando ao colo.
O poente liberta-se em sensualidade
e toca-me a pele, os olhos, os dedos.
Cresce a seiva dos sentidos.
Espraia-se o romance
enquanto o poema se desenrola
no silêncio da língua.
Marta Vasil
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