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domingo, 29 de março de 2009

Desborbotar


O tempo! O implacável tempo! Desta vez a “borbotar”

A deixar borboto áspero naquela blusa... Lembras-te?
A blusa que inventei para contigo me ir encontrar?
Já tem borboto no esboço dos meus seios
pelo roçar descuidado dos braços
à procura do rosto em que não adormeço.

Ondas ferozes são borbotos do mar...
recuam sem pressa o fluir do meu navegar.

Borbotos no céu... são trovões a ribombar no peito
a quebrar as lianas com que entranço o meu delirar.

Borbotos nas páginas dos livros...
Vendam-me e desfocam-me o olhar
negam-me o sentido verdadeiro
das palavras que não sei decifrar.

Borbotos...
Tropeços no ressoar das emoções
guardadas em desalinho na alma
tão cheia de recordações!

Minas recônditas no peito
que as mãos não conseguem desactivar.

“Desborbotar” ... um malabarismo a inventar!

Marta Vasil

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