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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Do lado de fora da alcova



A gravura inspira em seu traço arrojado
Lembranças, paixões, quem sabe um fado
Mas fado é amor, é fascínio, é feitiço
Doces amores de alcova. É isso!

Que seja então um fado em degredo
E exale o som dos desejos sem medo
Por que ouço esse fado olhando a gravura?
Não sei... não sei, talvez travessura!

Vem de Coimbra aventurar-se assim
A enlevar toda alma tupiniquim
É um samba-canção no papel desenhado
Permitindo ao amor enganar-se que é um fado

Poeta querido teus traços perfeitos
Insinuam amantes em tórridos feitos
Incontidos desejos cumpridos outrora
Assombrando hipócritas do lado de fora

Teus traços são versos, poeta amigo
Alcova ou não, a mim é abrigo.
Olho a imagem e em amor me concentro
Querendo estar nua do lado de dentro.

Marcia Oliveira

A gravura reproduzida acima é de autoria do meu querido amigo Frederico Salvo, a quem ora homenageio.

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