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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Soneto da separação


De repente do riso fez-se o pranto
silencioso e branco como a bruma
e das bocas unidas fez-se a espuma
e das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
que dos olhos desfez a última chama
e da paixão fez-se o pressentimento
e do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
fez-se de triste o que se fez amante
e de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
fez-se da vida uma aventura errante
de repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes

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