quinta-feira, 14 de maio de 2009
Medo
Nas águas profundas
é agora a minha morada.
Não mergulhei.
Deixei - me levar
pelas mãos feitas de água
e pela força do medo.
Está escuro e frio.
O silêncio é tão profundo
que magoa.
Sinto a força da água
criada por corpos estranhos
que se aproximam
e que me chamam
de olhos brilhantes e dentes finos.
Por vezes
subo até à ponta de um anzol
mas não mordo.
Não quero voltar à luz do dia
porque a luz cega-me
e o sal
já me absorveu as lágrimas todas.
Mergulho
e deixo-me ficar
na sombra do pensamento.
Aqui
todos os sentimentos são puros,
o medo é estrela a cintilar.
Vanda Paz
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