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domingo, 24 de agosto de 2008

Choro




Nesta noite sombria,
Aqui neste lugar desolado,
Choro de olhos secos, sem vida...
Olho este papel branco,
Faço dele a minha mortalha!...
Lágrimas de sangue saltam
Deste coração solitário...
Ninguém as vê... Ninguém as ouve...
Choro por não ter coragem!...
Choro por aqueles olhos
Puros, sinceros, tão meigos...
Choro por um abraço que não vem,
Por uma palavra que não chega
Por uma voz doce... Que não ouço...
Tudo o que resta é este silencio...
Um silêncio ensurdecedor,
Que vai destruindo a vontade,
A força de viver,
A capacidade de erguer do chão...
E apenas choro...

João Almeida (Jota)

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