quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Há caminhos que os sentidos não esquecram
Há nesta madrugada um sabor intenso a sal
Há uma língua que se soltou antes de dizer mal
Há um mar que se encolhe com o luar rasteiro
Há rochas que sorriem do horizonte certeiro
Há as letras molhadas
Há areias finas e salteadas
Há gaivotas
Há gritos e risotas
Há memórias, estendidas ao sol, que adormeceram
Há caminhos que os sentidos não esqueceram
Há sombras do que fomos
Há sonhos… do que não somos
Há palavras enterradas
Há vozes, na garganta…atadas
Há laços
Há poemas negros e embaraços
Há o princípio e o fim de uma história
Só não há….quem me mate a memória.
Vanda Paz
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