Nasces sempre das flores em dias de chuva, conservas sempre
o verão nesse olhar intenso de luar e trazes o corpo que mais te convém.
Não é esse corpo que eu quero – quero o outro -, aquele que
me inquieta. Esse corpo que trazes hoje está subjugado – entregue a outro
tempo. Quero aquele em que a palavra humedece com o murmúrio dos lábios – dos
teus lábios.
Hoje quero tudo – mesmo tudo -, porque ontem o que me deste
– foi nada. E hoje é tempo de receber tudo o que me falta – o teu corpo que me
inquieta -, os teus lábios que humedecem os meus e as palavras que crescem dos
murmúrios (ou das flores em dias de chuva).
Vanda Paz
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