A palavra soltava-se
Dos paladares mais amorfos
E os versos
Não tinham contemplações
Nem receios
De cada raiz do medo
Que fecundasse o âmago da sujeição
A palavra era a razão
A verdade
Em condimentos de sabedoria
E inquietação
A cada nova lua
Que ilustrava o pleno céu
A palavra vertia significados
Às vezes de sabor amargo
Outras
Deliciosamente doce
E em cada poema
Que o poeta escrevia
Um novo sabor
Ambientava
Os semblantes de todos os leitores
Em busca da ementa da perfeição
Aí o poeta
Elevava a voz digestiva
No anseio de descobrir
Novos paladares
Outra plenitude
Para futuras degustações
Da palavra prometida
António MR Martins
1 comentário:
Aquele abraço, amigo Zé.
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