
Com o olhar no abalar das andorinhas
tacteiam-se lamentos na pele.
Em cada ruga sulcada pela idade
inventam-se nascentes de palavras
a correr no viço da lisura desejada.
Na cintura já talhada fora das medidas
inventam-se colares de missangas coloridas.
No olhar perturbado por sonhos inacabados
improvisam-se estrelas que dançam deslumbradas.
No útero morto à vida
inventa-se um cálice de vitalidade.
Dos seios descaídos pelas mãos do tempo
inventa-se o viço de rosas em botão.
Das nádegas, de firmeza já corroída
inventa-se o fulgor de montanhas plantadas.
Na pele enrijecida pela vida
inventam-se poros de paixão incontida.
Hoje, sentindo o viço a exilar
as mãos escrevem saudades
num novo dicionário do olhar.
Marta Vasil
Amigo
ResponderEliminarObrigada mais uma vez por partilhares este teu cantinho comigo. São palavras que escrevi muito adequadas ao dia de hoje, ao de ontem e sei que farão parte do meu futuro.
Beijinhos e boa semana para ti.
Obrigado Amigo, pela força e pela dedicação que deu ao "Ladrão de Livros" no Seu, nosso espaço.
ResponderEliminarBem haja
Carlos J. Barros