
Hoje é urgente
arremessar na noite palavras ao vento
rasgar a roupa que as asfixia
perfurar e apedrejar este fio de tempo.
Hoje é urgente
gritar letras e palavras adiadas
a envelhecerem ao meu lado
sem freio, pelas rugas já talhadas.
Hoje é urgente
deixar a caneta errar ao relento
pegar nas letras que gotejam
nesta voz matizada de cinzento.
Hoje é urgente
soltar palavras neste ar constelado
deixá-las partir à bolina
libertar este grito de gemido apertado.
Hoje é urgente
gritar palavras ao vento
e talvez a lua traduza este grito
e me devolva pela manhã
uma cerimónia de palavras em rebento.
Marta Vasil
Fico lisonjeada, meu amigo, por ter colocado aqui mais um dos meus poemas. Foi escrito num dia em que me sentia quase como o que o José escreveu na postagem de baixo.
ResponderEliminarUm beijinho
MV
maravilhosa escolha!!!
ResponderEliminarque lindo poema!!!
urgente, ler coisas belas, isso sim, é urgente
saudações
http://coresemtonsdecinza.blogspot.com